Marcadores

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Preferi cansar mais uma vez


"Nada em mim foi covarde, nem mesmo as desistências: desistir, ainda que não pareça, foi meu grande gesto de coragem", Caio Fernando de Abreu.

Não pode desistir. Tem que lutar. Não pode se entregar. Desistência é pra os fracos. Lutar até o fim. Eu sou brasileiro e não desisto nunca. Essa última foi o mote usado para “resgatar a auto estima” do brasileiro em uma campanha publicitária de 2004, lançada pela Associação Brasileira de Anunciantes que inclusive contou com discurso do Lula, que era presidente na altura.

Maldita publicidade.

Prefiro Caio Fernando. Desistir não é sinal de fraqueza, ao contrário requer muita coragem. Desistir é largar de mão o que a gente investiu esforço, mas não resultou em nada. Desistir além de abandonar também pode significar simplesmente mudar de planos.

Há coisas que a gente se esforça, dedica tempo, faz e tenta, tenta e tenta fazer acontecer, mas não acontece. Acho que nada nessa vida depende unicamente da gente, tudo requer um outro e às vezes, simplesmente não acontece. Ai, lutar? Brigar? Demandar mais tempo? Acho que não, né? Melhor é desistir.

O problema é que ao longo de desistências os processos vão se automatizando e desistir vai ficando cada vez mais fácil. Acho que isso é um problema. Penso sempre: de novo. Será que só acontece comigo? Ajuda se souber que acontece com todo mundo, endurecer só é muito ruim. EGOÍSMO!

Sim é egoísmo.

Mas fazer o que? Ser altruísta (com licença da palavra) não tem funcionado, pelo contrário, tem atrapalhado e atrapalhado muito. Não que haja arrependimento, mas acho que deve haver uma pitada de egoísmo.

Esforços... não sei até quando e quanto serão possíveis, mas vou tentando e pra já talvez mais uma desistência, algumas ausências, pouca paciência e muitas demências. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário