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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A pulga e o cotovelo

Quando eu nasci foi me dado uma pulga.
Não sei ao certo quem me deu,
Mas era uma pulga.
Atrevida como toda pulga,
construiu um sobrado atrás da minha orelha.

Desde muito pequeno qualquer coisa fazia ela se mover
e um incomodo era inevitável.
De tão incomodado que as vezes ficava,
sempre me justificava:
Desculpa, tenho uma pulga atrás da orelha.

Na adolescência, quando as coisas ficam mais inconstante.
Uma vez um sorriso e um abraço sacudiram a pobre da pulga,
ela ficou nervosa, andou de um lado para o outro incessantemente.
Que agonia, senti naquele dia.

E na volta pra casa,
aquela pulga que não cansava.
E de tanto andar e me incomodar
me fez cair.

Um baita de um tombão
De cotovelos no chão.
Um dor que não vou esquecer,
pensei: um sorriso, um abraço
uma pulga atrás da orelha e o resultado :
dor de cotovelo.

Agora tenho dois problemas:
um pulga que nunca saiu de trás da minha orelha
e um cotovelo, que pensou tá curado,
mas hora ou outra lembra que tá machucado.