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sábado, 29 de agosto de 2015

E se a gente fosse honesto com os nossos sentimentos?


A vida é arte do encontro. Embora haja tanto desencontro pela vida”, Vinícius de Moraes.

Não seria tudo mais fácil se a gente tivesse coragem de dizer eu te amo, to apaixonado, te odeio, és meu melhor amigo, queria estar com você, preciso ouvir tua voz, some da minha vida, preciso de espaço, eu não gostei da sua atitude, vamos conversar? frases simples, mas todo mundo entende a dificuldade delas.

Como diz o poetinha, nossa vida é baseada em encontrar pessoas e desencontrá-las. Desde que a gente nasce, vai para escola, depois tem a faculdade, o trabalho e por toda a vida seguimos encontrando pessoas. É isso que nos deixa ter vida. Algumas vezes a gente gosta, outras odiamos, de vez em quando é uma colega de escola, por vezes amamos, nos apaixonamos e por ai vai. São sentimentos, sentimentos e mais sentimentos e tudo envolve pessoas, mas quantas vezes nos permitimos falar “ ei coisinha te amo”?

Parece sinal de fraqueza, né!?

Se é para dizer que não gostou de alguma coisa caímos no prepotente “não queremos magoar ninguém”, mas nos esquecemos de nós. Isso é o estopim de uma bola de neve que só tende a aumentar com sentimentos ruins que vão crescendo dentro do peito e qualquer faísca faz ela rolar barranco a baixo levando tudo e todo mundo. Quando é ao contrário, queremos expressar coisas genuinamente boas, vem a maldita vergonha de parecer bobo. E é ai a vida passa e perdemos a oportunidade de fazer uma pessoa feliz e de ficar feliz.

Nos últimos anos algumas perdas me atentaram para isso. Por que não conseguimos nos expressar?

Não sei de quem é a frase, mas uma vez li que “coração mole, vida dura. Tanto sofre, até que muda”. E o que me chama atenção nisso é que o que deixa a vida dura é a falta de honestidade com os nossos sentimento e nossa incapacidade de expressá-los.

Porra, que vida escrota essa essa que não se pode dizer eu te amo sem ser auto-julgado como bobo? Sim auto-julgado porque são sentimentos que nunca saíram e morrem na ponta da língua. Por que raios que eu não posso dizer que não gostei de alguma coisa que alguém fez sem pré julgar que vou ferir o frágil coração de alguém?

As vezes não. Nem sempre vamos magoar e muitas vezes não vamos ser o amor da vida de alguém... Mas tenho a impressão de que isso não deve ficar guardado, não pode ser enterrado no peito, aliais, coração não deve ser cemitério de sentimento!

Uma hora as pessoas vão embora! Seja pra outra cidade, seja pelo distanciamento da vida, ou até mesmo pela morte. Não sei vocês, mas acho que não estou mais disposto a guardar. Quero seguir meus dias com a leveza e a certeza de que sorri para as pessoas certas, que pude dar abraços apertados, que amei, de que me irritei e que disse isso para pessoas que cruzaram meu caminho e me ajudaram de alguma forma a construir minha história.

Certo de que muitos desencontros virão, não quero mais sobre mim o peso do “Por que tu não falaste?”


E acho que é assim que tenho descoberto o que me da paz!