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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

2 anos por aqui


03 de Outubro, uma data que vai ficar em definitivo na minha memória, um marco de muitas mudanças. Na bagagem? Levo certamente uma outra vida, outros paradigmas e novos pensamentos. Em 2011, nesse mesmo dia chegava à Braga. Com muitas perspectivas para o mundo universitário e sem a mínima dimensão do que seria mudar de cidade por dois anos. E o que aconteceu? UMA CONFUSÃO. Sim, foi o que aconteceu na minha vida desde que cheguei aqui.

No mundo universitário nada de muito inovador aconteceu. Assisti aulas, fui à seminários, fiz contatos, escrevi artigos, participei de um projeto muito legal e o instituto do qual faço parte tem tudo o que eu precisava e de certa forma esperava. Assim como a própia universidade que faço parte, não tem do que reclamar. A Universidade do Minho tem excelentes refeitórios, a biblioteca tem um mundo de livros de múltiplas áreas, tem uma vista linda para os principais pontos turísticos e até a academia/ginásio me conquistou.

Mas o real fator de mudanças e o que me encantou, esteve no turbilhão de sentimentos que são recorrentes, acho eu, para quem ta em outro país. É como se fosse um outro mundo e em Braga que é uma cidade universitária existem peculiaridades fantásticas. São constantes encontros e despedidas que acrescentam alegria e levam pedaços. E que encontros! Pessoas incríveis que vou levar, nem que seja na memoria, pro resto da vida. Algumas farei mais do que questão de guardar como amigos chegados, pois é na hora do aperto financeiro, sentimental e todos os apertos que passamos por não estar em casa, que conseguimos descobrir algumas pessoas INCRÍVEIS. Muitas pessoas boas, algumas são de Belém, algumas do restante do Brasil, uns tugas e alguns de outros países, todas, sem dúvidas, me mudaram intensamente de alguma forma.

Se virar. Mudar. Aprender. Viver. Tanta coisa que mudou, são uns 100 anos em dois, é tipo um curso intensivo de vida. Lições que vão da organização de uma casa à capacidade de relacionar-se com pessoas completamente diferentes, mas que só pelo de serem brasileiros criar um fator ímpar de igualdade que nos uni, se fosse paraenses então... Égua, era perfeito.

Esses aprendizados foram muito facilitados por terem sido feitos em Braga, que é surpreendente. Uma cidade pequena, pacata, cheia de contradições e com um estranho número de malucos por metro quadrado. Uma cidade com um tempo completamente diferente de Belém que acorda às cinco da manhã, às sete já tem um transito infernal e as oito é praticamente parada. Braga é paz de espírito.

Apesar de achar que o maior aprendizado é o que esta por vir. A despedida. Acredito que envelheci uns anos anos aqui, envelhecer no sentido de adquirir experiencia, aprendizado e compreensão nova para algumas velhas questões.

E no inicio do verão, há alguns meses atrás, já com saudades antecipadas, saí e fiz umas fotos de alguns lugares que estarão eternamente na minha memoria.