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domingo, 11 de agosto de 2013

Meu maluco


Minha foto preferida

Já conheço ele tem uns vinte tantos anos. E em cada ano gosto mais desse senhor, o nome dele? Carlos Alberto Corrêa de Carvalho, meu pai. Um senhor um tanto peculiar, um homem diferente, um pai único e ser especial.

Pode parece clichê da distância, mas ele me faz uma falta gigante. Domingos, aliais, finais de semana são sempre mais divertidos com ele, são jargões, “E”ditados populares, churrasco e o irritante cheiro de comida desde às seis da manhã, que compõem cada sábado e domingo na minha casa graças à ele.

Hoje, no Brasil, é dia dos pais, e por coincidência é o aniversário dele. Obviamente, pela distância, não posso não fazer nada e como não posso estar com ele, que ao menos um texto e umas fotos sirvam de homenagem ao meu PAI.

Não tenho como descrever ele. É um homem de quase 50 anos de idade, que consegue manter uma felicidade genuína, e apesar de todas as coisas – coisas da vida – continua sendo simples, feliz e com uma estranha pureza, que é o que mais me fascina nele. E um ser diferente, e como minha mãe, meu irmão e eu, é um peixe fora d'água, inconformado, não rancoroso por isso e estranhamente feliz.

Amo meu pai, que em toda minha vida, e talvez sem saber, meu deu vários exemplo. Ele nunca foi aqueles pais de filmes que sentam na poltrona e te dão concelhos, pra mim, foi muito melhor, me deu exemplos. Exemplos, de como me divertir, como ser um homem respeitador, como amar a família e de como as pessoas são diferentes, e por isso, a gente não pode cobrar ninguém a ser igual a nós.

Meu pai da pedagogia hardcore
Diferente ao ponto de fazer bullying com meu irmão e comigo e conseguir a façanha de não nos deixar traumatizado. E com a pedagogia dele a ensinar que a vida não deve ser levada tão a sério, e que mesmo que você seja um adolescente que ao chegar na escola, abre a mochila e encontra um urso de pelúcia que fora colocado por seu próprio pai enquanto você tomava o café da manhã, não lhe deve estragar o dia. E um sorriso, seguido da frase “papai é maluco”, nunca me fez, e nem me fará, sentir vergonha do meu urso de pelúcia.

Ele me faz ter vontade de ser pai. Não, não vou me vingar, mentira que talvez sim, pois como já disse curiosamente pareço muito com esse maluco. Mas, por causa dele e dessas pequenas coisa, vejo que a paternidade pode ser muito divertida e ter filhos pode ser um exercício de melhoramento do mundo.


Então é isso pai, um feliz aniversário, um feliz dia dos pais e que tudo de melhor nesse mundo ainda possa acontecer com o senhor. Te amo, e sem hipocrisia, quero sim, ser um homem respeitador, companheiro, amigo, responsável e bom pai, igualzinho como lhe vejo: imperfeitamente perfeito como todos devemos ser dentro das nossas peculiaridades.

PAI com caps lock
MINHA FAMÍLIA em caps lock


domingo, 4 de agosto de 2013

O quanto custa a vida?

Aliais, o que é a vida? A gente nasce, aprende a falar, cria amizades, laços familiares e se liga emocionalmente às pessoas. Durante esse processo a gente vai crescendo, e socialmente fazendo escolhas, mas nem sempre fazemos as escolhas certas. E certas pra quem? Quem decide o que é certo e o que é errado?

Tínhamos que crescer, entrar em uma universidade pra ter um papel que diga quais são nossas competências e funções sociais, depois deveríamos casar, fazer/ter filhos, ter uma casa, um carro, depois nossos filhos iam sair de casa, íamos envelhecer para então curtir a melhor idade. Afinal, já não seriamos mais mais mão-de-obra, agora é hora de curtir a vida.

Parece o plano perfeito. Tudo perfeitamente calculado por esse sistema tão igual, justo e estável.

Estável ao ponto de criar classes e padrões sociais. Classes separadas por abismos financeiros onde há uma lei em que diz que todos são iguais, mas essa igualdade está somente nos padrões que são impostos multiforme e constantemente à todos de forma isonômica.

TODOS temos que ser iguais. Temos que ter as mesmas roupas, mesmos cabelos, mesmo modo de vida. IGUAIS. Essa é a nossa opção, caso contrário, somos excluídos, expulsos ou simplesmente mortos.

Parece um discurso de um idealista maluco. Mas há fatos que são são capazes de nos surpreender no meio da jornada, levando-nos à esses questionamentos, que são quotidianos, mas nem sempre tão fortes. O que eu to fazendo? Enquanto eu sigo o rumo “normal” da vida, existem pessoas que morrem, matam e enlouquecem, pelo simples fato de não se adequarem ao sistema. Esses, nem sempre mentes extraordinárias, são apenas pessoas incomuns, talvez mais sensíveis, que querem uma vida comum, e por isso acabam sendo vítimas das classes e padrões, e portanto sendo “eternos” inadequados e inconformados.

Às vezes mentes promissoras. [licença para o clichê] Diamantes sem lapidação, pois lapidar é caro e não é acessível à todos. Triste é ver de tão perto isso. Revoltante é olhar o quanto essa sociedade pode ser tão injusta, desigual e corrupta.

Eu quero envelhecer, mas certamente, não quero ser igual. Tenho mais medo da clicheização da vida, do que das frases clichês do meu texto ou do clichê da morte. A única coisa que quero, é que a ténue linha que separa a loucura da sanidade não seja transposta, pois são em momentos como esses tenho certeza que muito perto chego dessa linha e tenho um medo absurdo do que vejo lá do outro lado (seja ele qual for).

**04/08/2013**