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terça-feira, 9 de abril de 2013

24 anos de mudanças e aprendizados

Alma Serena

Alma serena, a consciência pura,
assim eu quero a vida que me resta.
Saudade não é dor nem amargura,
dilui-se ao longe a derradeira festa.

Não me tentam as rotas da aventura,
agora sei que a minha estrada é esta:
difícil de subir, áspera e dura,
mas branca a urze, de oiro puro a giesta.

Assim meu canto fácil de entender,
como chuva a cair, planta a nascer,
como raiz na terra, água corrente.

Tão fácil o difícil verso obscuro!
Eu não canto, porém, atrás dum muro,
eu canto ao sol e para toda a gente.
Fernanda de Castro 


Aprender e mudar. Acho que esses foram os verbos que guiaram minha vida até hoje. Sempre achei que 24 anos seria o início da fase adulta, como se fosse uma idade de passagem (aos brasileiros: piadinhas com a idade são desnecessárias). Não sei bem o porquê, mas desde de pequeno penso assim, apesar de ter sido uma criança que não gostava muito de me imaginar adulto e sempre achar que isso estaria relacionado com o trabalho (verbo chato), mas era assim que pensava, e cá estou.

Hoje, 9 de abril de 2013, percebo que bem provavelmente estava certo. Acho que do ano passado até hoje, houve uma mudança, para não dizer amadurecimento (palavra que ainda me dá medo), tão intensa e profunda comigo, que nem sei se consigo dimensionar, e no meio dessas mudanças, há um mundo de duvidas e questionamentos que ainda precisam ser feitos e resolvidos, mas de fato dentre eles há algumas certezas e convicções e a que acho que mais me marcou esse ano foi há que MUDEI.

Isso, mudei. Se não fosse minha fé e minha família, arriscaria em dizer que sou uma pessoa completamente diferente. Em uma lógica simples acho que aprendi e por isso fiz uma pequena lista de algumas coisas que me fizeram crescer. Algumas tristes, MUITAS felizes e todas importantes.

Aprendi que...

Aprender é um processo infinito;
A fé que eu tenho é fundamental na minha vida;
Não tenho tantos amigos;
Não posso confiar tão rapidamente nas pessoas;
Minha intensidade não é a mesmas das outras pessoas;
Abraçar é um dom;
Não preciso de muito para ser feliz;
Não há motivo para guardar sentimentos, por mais que custoso que seja expressá-los;
Não tenho mais medo de ficar velho;
A vida é curta;
Existe muita gente hipócrita nesse mundo;
Ser calmo é melhor;
Sou capaz de mudar de opinião;
Tenho que dar mais ouvido a minha intuição;
Ajudar não é viver o problema dos outros;
Ajudar não é um ato de exímia bondade;
Nada me encanta mais do que demonstrações verdadeiras de afeto;
Pedir ajuda não é um sinal de fraqueza;
Gosto de pimenta;
Ainda não aprendi a lidar com pessoas clichês demais;
Gosto de gatos e cachorros;
Quero muito ser pai;
Ficar só é a melhor forma de ouvir-se;
Não preciso ter tanta pressa;
Dizer não sei pode ser muito bom;
Não preciso ser grosseiro;
Amo dias de sol;
Tenho coragem;
Tenho uma missão;
Posso ser mais amável;

Enfim, muitas cosias aprendi e muitas delas estão mudando minha vida, e para terminar esse texto trago duas músicas, uma do Arnaldo Antunes (que aprendi que gosto muito) e outra da Sinead o'connor (que eu sempre gostei). É isso, eu me sinto muito diferente e “não há o que lamentar quando chega o fim do dia”, apenas nos resta é aprender e tirar boas lições de tudo.