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domingo, 10 de novembro de 2013

A tarada do Bom Jesus

Bom Jesus de Braga. Foto: Raphael Marinho


Há tempos que queria escrever sobre os malucos de Braga. Acho engraçado. Sei lá, uma cidade pequena com tantos malucos. Bom, mas para começar, vou falar dela: MANUELA (imaginar som e voz sensual).

Nossa história de amor, traição e sensualidade começou no início da primavera de 2012. Tudo lindo, novas possibilidades de sol e a vontade de perder os quilos do inverno me fizeram fazer caminhadas ao Bom Jesus. Aos que não conhecem o santuário de Braga, saibam que é lindo. Fica no topo de um monte e tem uma escadaria de centenas de degraus, CEN-TE-NAS, mas no final, ao chegar lá em cima, logo nos deparamos com um linda paisagem. Vê-se tudo de lá . Braga, os monte que  rodeiam a cidade e todo o restante do complexo que é o Bom Jesus que por si só, é encantador. E numa dessas idas que encontrei com ela.

Foi assim... 

Lá estava eu, sentado depois de longos e cansativos degraus. Enquanto ouvia minhas músicas, mais precisamente a última faixa do acústico MTV da  Rita Lee, que era o tempo exato da minha casa  até o Bom Jesus, e, foi quando ela sentou-se ao meu lado.

- Boa tarde!

Com um gentil sorriso retribuí :

- Boa tarde!
- És brasileiro?

Mais um sorriso e ai tirei os fones do ouvido:

- Sim.
- Logo se vê pelo sorriso, disposição...

Mais um sorriso, não como antes, mas agora aquele ar meio constrangido e acompanhado do recolocamento dos fones.

- Ah, obrigado.

Minutos de embaraço e constrangimento. Entretanto ela não desistia e a conversar ganhou um novo ar... Ousada aquela Manuela, ousada...

- Belo sorriso... brasileiros pah! Olha, é, vou eu lá no banheiro, tenho que ir ao banheiro se quiseres...

Agora o “sorriso” era com o ar de espanto, uma certa tensão e um total estranhamento. Ora, afinal toda essa história era novidade. Não sou acostumado com uma mulher como a Manu dando em cima de mim e com um convite tão indiretamente direto como aquele.
Nessa hora o sorriso já tinha ido embora, apenas os lábios ligeiramente aberto numa mistura de espanto com sei lá o que. E ela:

- Bom, logo vi, mas isso é pra si.

Um papelzinho com telefone, corações e o nome Manuela escrito em letras de forma. Foi assim, peguei, sorri e ela foi embora se despedindo com um sorriso que, segundo minha interpretação, significava um último convite.

Não fui. Peguei o papelzinho, esperei um tempo pra ela se distanciar e voltei. Tudo o que eu queria era minha casa naquele momento. E como era de se esperar,  a partir daquele dia meu relacionamento com o Bom Jesus nunca mais foi o mesmo. Fui lá outras vezes e recentemente encontrei como ela novamente. Dessa vez, a interação foi menos intensa e constrangedora na mesma.

O que eu esqueci de mencionar é que Manuela, ou Manu, como eu a chamo, é uma senhora de uns 60 e tantos anos. E pelo o que me consta, não fui a única vitima daquela sedutora mulher de terceira idade, outras pessoas, inclusive amigos – sim amigos, ela foi capaz de cantar meus amigos. Como ela pôde? Traidora - foram vítimas das palavras de encantamento daquela sex machine with experience.

E é assim foi... a história daquele dia que mudou a minha vida. 

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