03 de Outubro, uma data que vai ficar em definitivo na minha
memória, um marco de muitas mudanças. Na bagagem? Levo certamente
uma outra vida, outros paradigmas e novos pensamentos. Em 2011, nesse
mesmo dia chegava à Braga. Com muitas perspectivas para o mundo
universitário e sem a mínima dimensão do que seria mudar de cidade
por dois anos. E o que aconteceu? UMA CONFUSÃO. Sim, foi o que
aconteceu na minha vida desde que cheguei aqui.
No mundo universitário nada de muito inovador aconteceu. Assisti
aulas, fui à seminários, fiz contatos, escrevi artigos, participei
de um projeto muito legal e o instituto do qual faço parte tem tudo
o que eu precisava e de certa forma esperava. Assim como a própia
universidade que faço parte, não tem do que reclamar. A
Universidade do Minho tem excelentes refeitórios, a biblioteca tem
um mundo de livros de múltiplas áreas, tem uma vista linda para os
principais pontos turísticos e até a academia/ginásio me
conquistou.
Mas o real fator de mudanças e o que me encantou, esteve no
turbilhão de sentimentos que são recorrentes, acho eu, para quem ta
em outro país. É como se fosse um outro mundo e em Braga que é uma
cidade universitária existem peculiaridades fantásticas. São
constantes encontros e despedidas que acrescentam alegria e levam
pedaços. E que encontros! Pessoas incríveis que vou levar, nem que
seja na memoria, pro resto da vida. Algumas farei mais do que questão
de guardar como amigos chegados, pois é na hora do aperto
financeiro, sentimental e todos os apertos que passamos por não
estar em casa, que conseguimos descobrir algumas pessoas INCRÍVEIS.
Muitas pessoas boas, algumas são de Belém, algumas do restante do
Brasil, uns tugas e alguns de outros países, todas, sem dúvidas, me
mudaram intensamente de alguma forma.
Se virar. Mudar. Aprender. Viver. Tanta coisa que mudou, são uns
100 anos em dois, é tipo um curso intensivo de vida. Lições que
vão da organização de uma casa à capacidade de relacionar-se com
pessoas completamente diferentes, mas que só pelo de serem
brasileiros criar um fator ímpar de igualdade que nos uni, se fosse
paraenses então... Égua, era perfeito.
Esses aprendizados foram muito facilitados por terem sido feitos
em Braga, que é surpreendente. Uma cidade pequena, pacata, cheia de
contradições e com um estranho número de malucos por metro
quadrado. Uma cidade com um tempo completamente diferente de Belém
que acorda às cinco da manhã, às sete já tem um transito infernal
e as oito é praticamente parada. Braga é paz de espírito.
Apesar de achar que o maior aprendizado é o que esta por vir. A
despedida. Acredito que envelheci uns anos anos aqui, envelhecer no
sentido de adquirir experiencia, aprendizado e compreensão nova
para algumas velhas questões.
E no inicio do verão, há alguns meses atrás, já com saudades
antecipadas, saí e fiz umas fotos de alguns lugares que estarão
eternamente na minha memoria.
Oxi seu lindo!!! Orgulho por ti de suas conquistas.
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