Em uma tarde/noite de sábado ajeitando papeis antigos, enquanto uma forte chuva caia. Eis que um primoroso achado se faz : Poemas e cartas a um Jovem Poeta do autor Rainer Maria Rilke. Esse foi o primeiro livro de poesias que li na vida.
A primeira vez que li o tal livro de poesias, tinha no máximo dez anos, pouco entendi, mas realmente me apaixonei pelo o que hoje compreendo como subjetivo, que para os literários configura-se como existencialismo.
Sem condições para adentrar no campo teórico da literatura. Abstenho-me ao mero exercício da apreciação.
Sei que Rilke é de Praga, mesma cidade do incrível Kafka, portanto, o ambiente que descrito em sua obra, muito se assemelha ao que Kafka mostrava nos seus poemas e contos.
O livro traz cartas, poemas e sonetos. Pra mim, na totalidade, um belo primor, mas, como amante dos poemas, e devido a profundidade dos de Rilke, transcrevo um dos meus prediletos:
A Solidão
Sobe do mar nas tardes em declínio;
das planícies perdidas na saudade
ela se eleva ao céu, que é seu domínio,
para cair do céu sobre a cidade.
Goteja na hora dúbia quando os becos
anseiam longamente pela aurora,
quando os amantes se abandonam tristes
com a desilusão que a carne chora;
quando os homens, seus ódios sufocando,
num mesmo leito vão deitar-se: é quando
a solidão com os rios vai passando...
Rainer Maria Rilke
Em uma rápida busca pela internet para achar imagens para colocar aqui, encontrei alguns textos dele:
http://www.releituras.com/rilke_menu.asp
http://pensador.uol.com.br/autor/Rainer_Maria_Rilke/
http://www.culturapara.art.br/opoema/rainermariarilke/rainermariarilke.htm